Seed Safe
Autor: Martí Guixé
Origem: Designer catalão, com base em Barcelona e Berlim; colaboração com a marca italiana Alessi; produção em Portugal
Ano de início: 2010
Resumo: O Seed Safe é um recipiente de cerâmica projetado para armazenar sementes de frutas e vegetais consumidos em casa, incentivando sua preservação e posterior plantio. Inspirado na ideia de que "as sementes são, de certa forma, mais valiosas que o dinheiro", o objeto funciona como um cofre simbólico, promovendo a valorização das sementes como portadoras de informação genética e cultural. A peça possui recortes em formas de sementes e um plugue inferior para facilitar a retirada das sementes armazenadas, combinando funcionalidade com uma estética que estimula a reflexão sobre consumo, sustentabilidade e o ciclo da vida.

Site oficial do projeto: guixe.com

Artigo na Design Indaba: designindaba.com

Perfil de Martí Guixé no MoMA: moma.org


Svalbard Global Seed Vault
Autor: Iniciativa liderada por Cary Fowler e Geoffrey Hawtin, com apoio do governo da Noruega
Origem: Localizado em Longyearbyen, ilha de Spitsbergen, arquipélago de Svalbard, Noruega; administrado em parceria entre o Ministério da Agricultura e Alimentação da Noruega, o Centro Nórdico de Recursos Genéticos (NordGen) e o Global Crop Diversity Trust (Crop Trust)
Ano de início: 2008
Resumo: O Svalbard Global Seed Vault é um cofre subterrâneo construído dentro de uma montanha no Ártico, projetado para armazenar cópias de segurança de sementes de culturas alimentares de todo o mundo. Com capacidade para até 4,5 milhões de amostras, o cofre serve como um seguro global contra perdas de biodiversidade agrícola devido a desastres naturais, conflitos ou falhas técnicas em bancos genéticos regionais. A localização em permafrost e a construção robusta garantem a conservação das sementes a longo prazo, mesmo em caso de falhas de energia. O cofre já desempenhou um papel crucial na restauração de coleções de sementes perdidas, como durante a guerra civil na Síria.

Site oficial do projeto: croptrust.org

Wikipedia (pt): pt.wikipedia.org

Reuters: reuters.com

AP News: apnews.com

Wikipedia (en): en.wikipedia.org


Atlas of Poetic Botany
Autor: Francis Hallé (com colaboração de Éliane Patriarca; tradução de Erik Butler)
Origem: França; publicado pelo MIT Press (EUA)
Ano de publicação: 2018
Resumo: O Atlas of Poetic Botany convida o leitor a explorar as profundezas das florestas tropicais em busca de plantas exóticas e poéticas. Guiado por Francis Hallé, que passou quarenta anos estudando as estranhas e belas espécies vegetais das florestas tropicais, o leitor descobre plantas com características únicas, como uma folha monumental solitária, uma jacinto invasivo, uma árvore que "anda", um louro parasita e uma videira dançante.

MIT Press: mitpress.mit.edu

Goodreads: goodreads.com

Barnes & Noble: barnesandnoble.com

Resenha em Leonardo/ISAST: leonardo.info


Herbarium of Emily Dickinson
Autor: Emily Dickinson (autoria original); edição com introdução de Marta Palaia
Origem: Amherst, Massachusetts (EUA); acervo da Houghton Library – Harvard University; publicação editorial: Portugal, Edições Orfeu Negro (2023, edição em português)
Ano de início: Cerca de 1839–1846 (construção do herbário durante a adolescência de Emily Dickinson)
Resumo: O herbário de Emily Dickinson é uma coleção botânica criada pela poeta em sua juventude, contendo 424 flores prensadas e coladas com esmero em 66 páginas encadernadas. Este trabalho revela a relação sensível e rigorosa de Dickinson com o mundo vegetal, antecipando em sua prática poética uma percepção etnobotânica e estética da flora. O herbário pode ser lido como um dispositivo de tradução da linguagem das plantas, em que se entrelaçam observação científica, afeto e organização estética — um gesto que colapsa as fronteiras entre arte, ciência e intimidade. Ao lado de sua produção literária, o herbário ajuda a compor uma imagem de Emily Dickinson como observadora da natureza e como alguém que “ouvia” o mundo vegetal.

Visualização digital (Harvard): iiif.lib.harvard.edu

Livro (Edições Orfeu Negro): amazon.com.br

Artigo Harvard Library Bulletin: library.harvard.edu


Seeds & Tales
Autor: Matheus Araújo Prates Pockstaller, Carolina Latini e o fotógrafo Riccardo Riccio
Origem: Brasil; expedição de pesquisa por 5 biomas brasileiros; parceria com a Trovão Tropical (aceleradora agroecológica)
Ano de Início: 2021 (catálogo-livro publicado em 2024)
Resumo: Seeds & Tales é uma iniciativa de arte e ciência que realiza a documentação visual e narrativa de sementes crioulas preservadas e trocadas por pequenos agricultores, povos indígenas e comunidades quilombolas em diferentes regiões do Brasil. O projeto utiliza macrofotografia e textos bilíngues (português-inglês) para revelar as características morfológicas de mais de 300 sementes, seus usos medicinais, alimentares, espirituais e os saberes tradicionais associados a elas. Ao registrar e plantar essas sementes, o projeto contribui para a preservação da biodiversidade, a soberania alimentar e a restauração ecológica dos biomas brasileiros. As imagens e textos também integram exposições, publicações e campanhas de apoio a hortas urbanas e projetos de agrofloresta.

Website oficial do projeto: seedsandtales.com

Reportagem El País Brasil (maio de 2025): brasil.elpais.com


Walmor Corrêa
Nome: Walmor Corrêa – "Etnografia Cultural da Flora Mágica Brasileira" (e série de obras diversas)
Autor: Walmor Corrêa
Origem: Brasil; iniciado por volta de 2019 (série e exposições contínuas)
Resumo: Nesta série de trabalhos, iniciada em 2019, Walmor realizou pesquisa de campo no Mercado Ver-o-Peso (Belém, PA), investigando o uso popular de plantas medicinais e rituais. Incorporando saberes tradicionais e etnobotânicos, ele traduziu essas espécies em esculturas híbridas (em bronze e tinta), desenhos e instalações que misturam formas vegetais com imaginação poético-científica. Exemplos incluem "Espada-de-São-Jorge e Punhal-de-Santa-Bárbara" ou "Coração da bananeira", que exploram narrativas populares e propriedades simbólicas e energéticas das plantas. Seu trabalho articula arte, ciência e cultura popular num diálogo sobre a relação entre formas vegetais, nomes populares e saberes ancestrais.

Fonte: dasartes.com.br


Biodesign Amazônia (Cuia Colab)
Autor(es): CUIA COLAB / Andrea Bandoni (coordenadora)
Ano de início: Projeto original “Objetos da Floresta” em 2012; Cuia Colab em 2021–2022
Resumo: Explora técnicas de design bioinspiradas em processos naturais amazônicos. No Cuia Colab, moldou CP crescentes (Crescentia cujete) usando moldes durante o crescimento, resgatando saberes indígenas ligados à produção de cuias de Santarém. O projeto promove troca entre saber ancestral e biodesign moderno, gerando objetos híbridos, condições de pesquisa e material educativo.

Fonte: sigconteudo.ufsb.edu.br,
instagram.com,
pt.wikipedia.org,
andreabandoni.com,
objetosdafloresta.com


FOIFACHT
Autor(es): Johann D. Frei
Origem: Suíça; projeto individual; site pessoal foifacht.ch; perfil no Instagram: @j.d.frei
Ano de início: por volta de 2022 (em andamento)
Resumo: O projeto Foifacht (“cinco oitavos” em dialeto suíço-alemão) do designer suíço Johann D. Frei explora os sistemas alimentares regionais, biopolítica e especulação agrícola através de objetos, narrativas e práticas performativas. O artista cria dispositivos híbridos — entre o artefato e o alimento — que ativam discussões sobre sementes, territórios, propriedade e regimes de produção. Frei adota uma abordagem crítica e poética ao design, criando protótipos de uso especulativo que envolvem utensílios, textos e alimentos em formatos não convencionais. Sua prática é guiada por uma reflexão profunda sobre a materialidade e os saberes locais, muitas vezes envolvendo colaborações com agricultores, cozinheiros e ativistas. Ele discute a tensão entre biodiversidade e homogeneização agrícola, além de provocar sobre o papel do design nas cadeias alimentares contemporâneas.

Fonte: foifacht.ch; Instagram: @j.d.frei


Flowerbones (e outros trabalhos em porcelana)
Autor(a): Sarah Rayner
Origem: Austrália; artista individual baseada no Sunshine Coast Hinterland (terras Jinibara); representada pela Gallery Sally Dan-Cuthbert;
Ano de início: projeto em curso, com registros desde pelo menos 2022
Resumo: A artista australiana Sarah Rayner desenvolve uma prática cerâmica profundamente conectada à observação botânica, aos ritmos da natureza e à escuta atenta do território onde vive. Seu trabalho com porcelana branca, especialmente a série flowerbones, investiga formas vegetais, como flores, sementes e frutos, por meio de um processo artesanal e meditativo de escultura, perfuração e acabamento delicado. No reel analisado, Rayner apresenta o processo manual de criação de pequenas peças em porcelana inspiradas por formas reprodutivas vegetais. O uso de entalhes e furos minuciosos evoca tanto a fragilidade da natureza quanto uma dimensão museológica: suas peças lembram espécimes de gabinetes de curiosidades ou acervos científicos. A artista utiliza técnicas como modelagem lenta, secagem controlada e queima com terra sigillata para preservar a leveza e a textura das peças. Seu trabalho também se desdobra em projetos como Florilegium … continued conversations, realizado em Bundanon (AU), onde a artista articula arte, memória ecológica e práticas locais por meio da porcelana. As obras de Sarah Rayner são, ao mesmo tempo, objetos sensoriais, arquivos botânicos e exercícios de escuta sensível.

Fonte: Instagram; Gallery Sally Dan-Cuthbert; sarahrayner.com.au


Seeds in Clay: Sculpting Wakehurst’s Story
Autor: Adam (conhecido como Adam Ceramic, nome verdadeiro Adam Johnson)
Origem: Reino Unido; artista individual com base em Brighton; perfil no Instagram: @adamceramic
Ano de início: 2025 (projeto desenvolvido especificamente para a exposição “Seedscapes” de verão)
Resumo: Adam Ceramic foi selecionado, a partir de uma convocação global, para expor no programa de verão Seedscapes, realizado em Wakehurst (Kew Gardens, Sussex), na Millennium Seed Bank. A exposição ocorre de 4 de julho a 14 de setembro de 2025 Intitulada Seeds in Clay: Sculpting Wakehurst’s Story, a instalação é composta por centenas de sementes cerâmicas — mais de 500 peças feitas manualmente — erguendo-se em hastes no jardim em frente ao banco de sementes (kew.org). As sementes representam vários papéis: as gigantes remetem a espécies icônicas em risco que são preservadas no banco de sementes; as médio porte destacam plantas medicinais, alimentares e de interesse ambiental; as menores referenciam variedades nutritivas como morangos silvestres e chá. A organização visual em formato orbital reflete a interconexão da natureza e os esforços globais de conservação. A matéria-prima inclui barro extraído diretamente nos terrenos de Wakehurst, reforçando a relação com o local (kew.org). O projeto celebra marcos importantes: os 25 anos da Millennium Seed Bank, os 60 anos de Kew em Wakehurst e colaborações com quase 100 países e 279 instituições globais (yourworld.net). Através dessa instalação, Adam busca inspirar a reflexão sobre natureza, ciência, conservação e cerâmica, transformando sementes em objetos poéticos sensíveis e educacionais, acessíveis ao público geral (kew.org).

Fonte: Reel no Instagram; Perfil do artista; Site oficial da exposição (Kew/Wakehurst)


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